Nascemos no Céu,
Mas tantas vezes na Terra precisamos morar,
Para
colher o que plantamos,
Para novas sementes plantar,
É na
Terra, e somente na Terra,
Que determinados remédios vamos encontrar,
Que determinadas doenças conseguimos
curar,
É na Terra, vestidos na sensível
e frágil roupa carnal,
Que
através da dor e do amor,
Conseguimos aprender a diferença entre o bem
e o mal,
É na carne,
Que
sentimos o fogo queimar
Que
sentimos o frio congelar,
Que
sentimos o ar faltar,
Que
sentimos a pele rasgar,
Que
sentimos o sangue escorrer,
Que
sentimos cada osso quebrar,
Que sentimos
cada músculo rebentar,
Que sentimos a
fome matar,
Que sentimos a
sede castigar,
Que sentimos a água
nos afogar,
Que sentimos o
gosto do mel e do fel,
Que sentimos o
perfume da flor,
Que sentimos da
fruta todo sabor,
Que aprendemos a escutar sem a audição,
Que aprendemos a ver,
mesmo sem a visão,
Que
aprendemos a andar, mesmo sem sair do lugar,
Que aprendemos a falar mesmo sem a voz sair,
É na carne, é na Terra,
Depois de sofrer a
terrível dor do sofrimento e da solidão,
Depois de sentir as piores doenças da pele, da
mente e do coração,
Depois de viver o medo do futuro e da
morte,
Depois de sofrendo os efeitos de terremotos e
furacões,
Depois de conhecer as mais terríveis dores
da alma,
Somente assim é que o mau se
torna bom,
Somente
assim o amor e a caridade chegam ao nosso coração,
Somente assim aprendemos a amar inimigos e amigos, como
verdadeiros irmãos.
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