O ser humano,
Não é objeto,
Não
enferruja,
Não é para ser descartado,
Não é para ficar num canto
jogado,
Não atrapalha nem está no lugar errado,
A velhice chega,
A
idade exige mais carinho e cuidado,
São
maiores as necessidades,
As
vestes da alma se desgastam,
De
tanto trabalhar, sofrer e ser usado,
As pessoas apenas
evoluem e aprendem com a idade,
Não
são descartáveis,
Nem
tem prazo de validade,
A
embalagem fica velha,
Mas
a alma possui a eternidade,
A velhice não
é doença, nem defeito,
As
pernas pesam, fica mais difícil caminhar,
Os
olhos cansam, poucos conseguem enxergar,
A
voz tropeça,
O
ouvido pode não escutar direito,
A
saúde fica mais delicada,
O
coração fica mais carente,
Nestas
horas, a alma pede para ser mais amada,
O olhar é sereno,
Espelho que reflete uma longa jornada,
A pele pode ficar enrugada,
Mas a alma ainda é uma criança no começo da
estrada,
Ela é bela e perfeita,
Nasceu para amar e ser amada,
Asilo, não é ferro velho humano,
Ninguém é objeto para ser descartado,
Dentro
de um corpo enrugado,
Existe
uma alma, uma história,
Existe
um importante passado,
Existe
uma lição, uma vida em evolução,
Os cabelos
brancos,
Anunciam
o fim de uma estação,
A
velhice é apenas uma nova gravidez,
É
a alma se preparando para renascer e voltar,
Uma
borboleta que ganha a liberdade para voar,
O
amor é a essência da vida,
A
pele é apenas um casulo do coração.
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