quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ferro velho



O ser humano,
Não é objeto,
Não enferruja,
Não é para ser descartado,
Não é para ficar num canto jogado,
Não atrapalha nem está no lugar errado,

A velhice chega,
A idade exige mais carinho e cuidado,
São maiores as necessidades,
As vestes da alma se desgastam,
De tanto trabalhar, sofrer e ser usado,

As pessoas apenas evoluem e aprendem com a idade,
Não são descartáveis,
Nem tem prazo de validade,
A embalagem fica velha,
Mas a alma possui a eternidade,

A velhice não é doença, nem defeito,
As pernas pesam, fica mais difícil caminhar,
Os olhos cansam, poucos conseguem enxergar,
A voz tropeça,
O ouvido pode não escutar direito,
A saúde fica mais delicada,
O coração fica mais carente,
Nestas horas, a alma pede para ser mais amada,

O olhar é sereno,
Espelho que reflete uma longa jornada,
A pele pode ficar enrugada,
Mas a alma ainda é uma criança no começo da estrada,
Ela é bela e perfeita,
Nasceu para amar e ser amada,

Asilo, não é ferro velho humano,
Ninguém é objeto para ser descartado,
Dentro de um corpo enrugado,
Existe uma alma, uma história,
Existe um importante passado,
Existe uma lição, uma vida em evolução,

Os cabelos brancos,
Anunciam o fim de uma estação,
A velhice é apenas uma nova gravidez,
É a alma se preparando para renascer e voltar,
Uma borboleta que ganha a liberdade para voar,
O amor é a essência da vida,
A pele é apenas um casulo do coração.

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