Um dia, eu nasci sem brilho,
Saí dos trilhos, andei na contra
mão,
Enchi os bolsos, deixei vazio o
meu coração,
Um dia, eu nasci sem perfume,
Só com espinhos,
Fui abismo, fui pedra no
caminho,
Apenas um parasita na plantação,
Nada semeei de bom,
Criei um deserto no meu coração,
Um dia, eu cortei as asas do passarinho,
Destruí sonhos, destruí ninhos,
Fui tempestade, terremoto, lava
de vulcão,
Fui uma fonte de lágrimas e de maldades,
Destruí a abelha, a flor e o
mel,
Ofereci apenas fel ao coração,
Um dia eu errei a direção,
A vaidade e o egoísmo,
Eram os reis do meu castelo de
ilusão,
Seguia apenas o brilho da
ilusão,
Cego e surdo, diante da verdade,
Só ouvia as vozes da ambição,
Como eram errados,
Os meus conceitos de verdade, de
riqueza e de felicidade,
Eu negava, eu mandava, eu
mentia,
Eu julgava, eu castigava,
Logo eu, um pobre culpado,
Um cego que aos inocentes punia,
Um pecador, que um deus se
sentia,
Um dia, eu escolhi o lado errado,
Eu escutei o conselho errado e segui
o caminho errado,
Pensei que estava lá na frente,
mas estava tão atrasado,
Mas não avancei um passo,
Passei uma vida parado,
Um dia, eu não segui a Lição,
Eu não participei da canção,
Nem do jardim, nem da oração,
Um dia eu falhei,
Ignorei o amor, não escutei o
Anjo do Senhor,
Fechei as portas do meu coração,
Deixei de lado e abandonados,
O amor, a caridade e o perdão,
Sem amor, sem Deus, sem oração,
Não existe Verdade, Luz, nem beleza ,
Nem
felicidade nem riqueza.
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