terça-feira, 24 de setembro de 2013

Deixe-me nascer!



É tão cruel,
                   Nem chegar e já ter de voltar,
                   Nem nascer e já ter de morrer,
                   Confiar em alguém a nossa vida,
                   E ser tratado assim como uma indesejável ferida,

É tão cruel,
                  Impedir uma rosa de brotar no jardim da Terra,
                  Chegar como anjo,
                  E ser tratado como inimigo de guerra,

É tão cruel viver um momento assim,
                  Já na primeira página do nosso livro,
                  Escreverem a palavra FIM,

É tão cruel,
                 Difícil de acreditar,
                 Quem me convidou para vir a este lar,
                 Me impede de na Terra desembarcar,

É tão cruel,
                Sonhar com carinho, ternura e abraços,
                Ser desprezado, ter de voltar assim,
                Quase morto, sangrando aos pedaços,

É tão cruel ,
                Alguém viver um momento triste assim,
                Não dar nenhum passo, não receber um abraço,
                Nada olhar, nada escutar, não ver o sol brilhar,
                Nem um minuto viver, e já chegar ao fim,

É tão cruel fazer isto com o meu coração,
               Ele só queria amar e ser amado,
               Mas no lixo fui jogado,
               Como se fosse um objeto indesejado,

Eu ainda não nasci,
Mas estou vivo, podem acreditar,
Meu coração com tanta sede de viver e amar,
Queria um pouco de água deste lar,
Mas preferiram num mar de desprezo me afogar,

Ah! Se vocês pudessem agora me escutar,
Se conseguissem me ver,
        Não me desprezariam,
        Não me matariam,
       Não me negariam o direito de viver.

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