segunda-feira, 30 de setembro de 2013

É na Terra!


Nascemos no Céu,
Mas tantas vezes na Terra precisamos morar,
Para colher o que plantamos,
Para novas sementes plantar,

É na Terra, e somente na Terra,
Que determinados remédios vamos encontrar,
Que determinadas doenças conseguimos curar,

É na Terra,
Vestidos na sensível e frágil roupa carnal,
Que através da dor e do amor,
Conseguimos aprender a diferença entre o bem e o mal,

É na carne,
Que sentimos o fogo queimar
Que sentimos o frio congelar,
Que sentimos o ar faltar,
Que sentimos a pele rasgar,
Que sentimos o sangue escorrer,
Que sentimos cada osso quebrar,

É na carne,
Que sentimos cada músculo rebentar,
Que sentimos a fome matar,
Que sentimos a sede castigar,
Que sentimos a água nos afogar,
Que sentimos o gosto do mel e do fel,
Que sentimos o perfume da flor,
Que sentimos da fruta todo sabor,

É na carne,
Que aprendemos a escutar sem a audição,
Que aprendemos a ver, mesmo sem a visão,
Que aprendemos a andar, mesmo sem sair do lugar,
Que aprendemos a falar mesmo sem a voz sair,

É na carne,
É na Terra,
Depois de sofrer a terrível dor do sofrimento e da solidão,
Depois de sentir as piores doenças da pele, da mente e do coração,
Depois de viver o medo do futuro e da morte,
Depois de sofrendo os efeitos de terremotos e furacões,
Depois de conhecer as mais terríveis dores da alma,
Somente assim é que o mau se torna bom,
Somente assim o amor e a caridade chegam ao nosso coração,
Somente assim,
Aprendemos a amar inimigos e amigos,
Como verdadeiros irmãos.
                                                                                                                               

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